terça-feira, 8 de setembro de 2009

I don't know why

Quase nunca percebemos , mas todos os dias morre um amor , Ás vezes de forma lenta e gradativa ,quase indolor , após anos e anos de rotina . Ás vezes melodramaticamente , como nas piores novelas amexicanas , com direito a bate-bocas vexaminosos , capazes de acordar o mais surdo dos vizinhos. Morre em uma cama de motel ou em frente á telivisão de domingo . Morre sem beijo antes de dormir , sem mãos dadas , sem olhares compreensivos , com gosto de lágrimas nos lábios . Morre depois de telefonemas cada vez mais espaçados , cartas cada vez mais concisas , beijos que esfriam aos poucos. Morre da mais completa e letal inanição. Ás vezes com uma explosão , quase sempre com um suspiro , embora nós , românticos mais na teoria do que na prática, porque nada é mais doloroso do que a constatação de um fracasso. De saber que , mais uma vez , um amor morreu , porque , por mais que não queiramos aprender , a vida sempre nos ensina alguma coisa. Porque são de uma beleza tão pura e rara que jamais poderiam ter existido , a não ser como lendas . Mas não quero acreditar nisso.

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